O custo do metro quadrado em Portugal atingiu 1.866 euros em abril de 2025, impulsionado pela valorização do mercado imobiliário refletida nas avaliações bancárias. Esta valorização representa um indicador importante para compradores, investidores e profissionais do setor, pois a avaliação bancária influencia diretamente a concessão de crédito e o financiamento imobiliário.
 
Em abril, o valor mediano da avaliação bancária subiu 19 euros face ao mês anterior, o que traduz um aumento homólogo de 16,9%. Este crescimento mantém a tendência observada nos últimos meses e demonstra a robustez do mercado imobiliário português. Apesar de um ligeiro decréscimo de 2,3% no número total de avaliações face a março, o volume de 35.800 avaliações continua elevado, evidenciando a procura consistente por crédito habitação.
 
A avaliação bancária é um processo fundamental no sector imobiliário, pois determina o valor atribuído ao imóvel para efeitos de financiamento. Os bancos utilizam estes valores para calcular o montante de empréstimo concedido, o que condiciona diretamente as decisões dos compradores e o acesso à casa própria. Um valor de avaliação bancária mais elevado pode significar que os interessados terão de suportar um valor de entrada maior ou de encontrar fontes adicionais de financiamento.
 
Analisando o custo do metro quadrado por região, verificam-se disparidades importantes. A Região Autónoma da Madeira registou o maior aumento mensal, com uma subida de 2,7% e um crescimento anual de 22%, refletindo uma forte valorização local. Já o Alentejo foi a única região onde se observou uma descida mensal, de 0,7%, ainda que os valores continuem superiores aos do ano anterior.
 
No segmento dos apartamentos, o valor mediano da avaliação bancária atingiu os 2.105 euros por metro quadrado, um crescimento expressivo de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. Lisboa é a zona com o custo mais elevado (2.801 euros), seguida pelo Algarve (2.480 euros). Em contraste, o Alentejo apresenta o valor mais baixo, com 1.363 euros, ilustrando as desigualdades regionais no mercado imobiliário.
 
Para as moradias, o custo médio por metro quadrado fixou-se em 1.385 euros, registando um crescimento mensal de 1,2%. As regiões de Lisboa e Algarve mantêm-se como as mais caras, enquanto o Centro (1.042 euros) e o Alentejo (1.098 euros) continuam a oferecer valores mais acessíveis. A Madeira destaca-se com um crescimento homólogo de 17,5% neste segmento.
 
O aumento do custo do metro quadrado, medido pelas avaliações bancárias, deve-se a diversos fatores. Entre eles destacam-se a escassez de oferta face à procura, o aumento dos custos de construção e a atratividade crescente de Portugal para investidores nacionais e estrangeiros. As principais zonas urbanas e turísticas, como Lisboa, Porto, Algarve e Madeira, sofrem uma pressão significativa no mercado habitacional, que se traduz numa valorização contínua dos preços.
 
O papel das avaliações bancárias é especialmente relevante no processo de concessão de crédito, uma vez que o valor atribuído aos imóveis limita o montante que os bancos estão dispostos a financiar. Isto pode dificultar o acesso à habitação, sobretudo em áreas onde os preços do metro quadrado aumentam mais rapidamente. Assim, a avaliação bancária é um indicador-chave que reflete não só o valor real do imóvel, mas também as condições de mercado e as expectativas económicas.
 
Apesar da valorização sustentada, o mercado imobiliário português enfrenta desafios, sobretudo relacionados com a acessibilidade da habitação para a população local. As disparidades regionais e a subida dos preços obrigam a uma monitorização constante do custo do metro quadrado para ajustar políticas públicas e regulatórias. A avaliação bancária funciona, portanto, como uma ferramenta essencial para acompanhar estas dinâmicas e antecipar tendências.
 
Para compradores, vendedores e investidores, compreender o impacto da avaliação bancária é fundamental para tomar decisões informadas. O valor mediano do metro quadrado é um indicador fiável da saúde do mercado, permitindo identificar zonas de maior valorização e possíveis riscos. Além disso, acompanha as mudanças económicas, o comportamento do crédito e a evolução do setor da construção.
 
A avaliação bancária desempenha um papel crucial na definição do custo do metro quadrado em Portugal. Em abril de 2025, o valor recorde de 1.866 euros por metro quadrado reforça a importância deste indicador para o mercado imobiliário nacional. Acompanhar estas variações permite adaptar estratégias de investimento, garantir uma gestão mais eficaz do crédito habitação e contribuir para a estabilidade do mercado.

Fonte: casa.sapo.pt